sábado, 4 de janeiro de 2014

Carrie, A Estranha (Carrie) - Stephen King - Resenha


Carrie, a Estranha narra a atormentada adolescência de uma jovem problemática, perseguida pelos colegas, professores e impedida pela mãe de levar a vida como as garotas de sua idade. Só que Carrie guarda um segredo: quando ela está por perto, objetos voam, portas são trancadas ao sabor do nada, velas se apagam e voltam a iluminar, misteriosamente.

Aos 16 anos, desajustada socialmente, Carrie prepara sua vingança contra todos os que a prejudicaram. A vendeta vem à tona de forma tão furiosa e amedrontadora que até hoje permanece como exemplo de uma das mais chocantes e inovadoras narrativas de terror de todos os tempos.


                    "Ela fez uma vela acesa cair e trancou as portas...". -Carrie

Carrie, publicado em língua portuguesa como Carrie, A Estranha, foi o primeiro livro do norte-americano Stephen King. Lançado pela primeira vez em 1974, depois de rejeições do próprio autor, o romance foi e ainda é proibido na maioria das escolas estadunidenses.

Mesmo tendo essa história, meu estopim motivador para realizar a leitura do livro foi sua história em si, de como o livro começou a surgir até o momento em que foi publicado. Stephen escreveu Carrie, mas não gostou do resultado, portanto jogou tudo no lixo. Sua esposa pegou o manuscrito no lixo, leu e adorou. Foi ela quem fez King levar o livro até um editor que decidiu publicá-lo. O livro foi um enorme sucesso e alçou King da pobreza e obscuridade a riqueza e fama.

Carrie White é uma adolescente de 16 anos solitária e triste; ela não tem nem um amigo que seja, não se encaixa em nenhum grupo, não é aceita. É constantemente caçoada e segregada pelos colegas da escola. O que ninguém sabe, é que Carrie possui o dom da telecinesia.

Ela é criada por sua mãe, Margaret White, uma fanática religiosa que faz questão de passar todas as suas crenças estapafúrdias para a filha. O pai de Carrie, Ralph White, morreu pouco depois do nascimento da filha, era um sujeito assustador e circunspecto, e devido ao fanatismo religioso seu e de sua esposa, não possuía amigos.

Desde o início o autor revela o que aconteceu à Carrie, deixando clara sua intenção de contar, não exatamente o quê aconteceu, mas como e porquê.

A história é apresentada ao leitor de maneira diferente: pela visão do narrador, que é onisciente e imparcial; e através de artigos jornalísticos, documentos, trechos de livros que falavam sobre o 'caso Carrie White', e até mesmo entrevistas com os que estavam presentes quando ocorreu a tragédia. Tudo isso deu um tom assustadoramente realista à história.

Na introdução do livro, o próprio King disse que esse livro é "cru", "com um surpreendente poder de ferir e apavorar". Antes de ler o romance, procurei algumas resenhas e alguns comentários, (coisa que geralmente não faço), mas nada, nem mesmo o que King disse sobre seu próprio livro, nada me preparou para isso. O livro é uma obra de ficção, e tem o sobrenatural e o fantasioso da telecinesia, mas ainda assim, a história parece verossímil. As coisas pelas quais Carrie passou são perfeitamente possíveis. Coisas com as quais eu me identifiquei, ou me lembraram histórias de amigos meus.

Um ponto positivo, mas ao mesmo tempo negativo do livro, são as frases que aparecem entre parenteses. Não sei se a edição do livro que não é muito boa, (o exemplar que li é a edição de bolso da Ponto de Leitura), mas alguns diálogos não eram bem pontuados, e essas frases entre parenteses, que serviam para transmitir o que a personagem estava pensando, as vezes deixava a leitura confusa.

Cabe aqui lembrar, que por ter tanta vontade de mostrar como e porquê tudo aconteceu, o autor acabou limitando sua personagem à apenas um estado emocional. Ou melhor, dois: tristeza ou ódio. O leitor conhece apenas uma Carrie, a que odeia tudo e todos. Não, não estou estou julgando-a por se sentir assim, mas fica difícil criar empatia com a personagem. Demorei pra ler as pouquíssimas 290 páginas, o livro tem momentos cansativos e as vezes repetitivos.

Enfim, não tem como negar que o livro tem momentos bem chocantes; na época em que foi lançado realmente deve ter feito muito alvoroço. Pra quem já leu outros romances d
o Stephen King, vai perceber que esse com certeza não é um dos melhores; apesar da genialidade do autor se mostrar clara, a imaturidade da história chega a ser pecaminosa. Mas é até justificável, já que esse é o primeiro romance dele.

Justificarei aqui minhas três estrelas: uma pelo livro ser do King; meia pela história; e uma e meia pela ideia brilhante de colocar artigos jornalísticos, e trechos de entrevistas fictícias sobre o caso apresentado no livro.

O romance ganhou uma adaptação cinematográfica em 1976, do diretor 
Brian De Palma, com Sissy SpacekNancy Allen e John Travolta no elenco, o filme foi proibido em alguns países; e agora, em 2013, uma refilmagem dirigida por Kimberly Pierce, com Chlöe Grace Moretz e Julianne Moore no elenco.

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